Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A bolha imobiliária americana estourou...

Qualquer pessoa que compreenda a essência do mecanismo de reprodução do valor concluirá pela inconsistência intrínseca do sistema produtor de mercadorias, e poderá prever que mais cedo ou mais tarde teremos uma grande hecatombe no sistema financeiro capaz de abalar a base monetária internacional e a estrutura de produção e circulação de mercadorias no mais distante recanto do planeta terra, graças à economia mundial interligada.

Os gigantes têm os pés de barro


Os sintomas de débâcle mundial do sistema produtor de mercadorias são evidentes, prenunciando uma crise que já atinge os Estados nacionais e deverá provocar uma hecatombe no sistema financeiro internacional. A crise da produção industrial de mercadorias, atividade produtora de valor e mais valia, arrasta gravemente o Estado e o capital financeiro.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A crise ecológica mundial e sua conexão com a agressão ao “Parque do Cocó” em Fortaleza



Vista da cidade de Fortaleza a partir do Parque do Cocó (fonte: wikipedia)

A cidade de Fortaleza se situa no entorno do "Parque do Rio Cocó", que ao chegar às proximidades de sua foz se alastra e se constitui num complexo de mangues próprios à manutenção de um ecossistema biológico importante para o equilíbrio natural da cidade. Trata-se de um dos mais importantes sistemas ecológicos urbanos, e isso situado numa cidade de cerca de 2,4 milhões de habitantes, figurante entre as maiores capitais do país. Tal condição não ficaria imune às agressões ao meio ambiente próprias a uma sociedade que considera a terra uma mercadoria e os cursos d'água como escoadouro barato de dejetos humanos e industriais, e onde tudo é mensurado por um quantitativo de valor e destinado a sua reprodução contínua. Assim, além das já conhecidas agressões poluentes que tornam as águas do rio e do mangue do Parque do Cocó impróprias para o consumo humano, e até mesmo para a pesca e outras atividades extrativas da piscicultura, desde há muito, e agora mais intensamente, avançam construções de imóveis sobre as suas margens, numa corrida autofágica provocada pela especulação imobiliária e pela avidez de lucros do setor da construção civil.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Cesare Battisti e a crise mundial

Está em curso uma nova configuração de disputa pelo poder no mundo com a agudização da crise do sistema capitalista, evidenciada na previsão de queda do PIB mundial em torno de -4,2% para 2009, segundo dados da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico –, que envolve as 30 nações mais industrializadas do mundo. Se, por um lado, a existência do poder em si, representa um estágio de inferioridade do comportamento humano, pela sua passiva subordinação a uma hierarquia que lhe é opressora, por outro lado, a disputa pela hegemonia desse poder entre países, mal derivado, historicamente, tem tomado ares de selvageria que coloca o ser humano diante desse seu estágio inferior de consciência, e só reforça a tese da necessidade de superação consciente do próprio poder.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A vontade política em Copenhague


Costuma-se considerar que a política e seus agentes representativos, os políticos, têm soberania de vontade em seus atos, dependendo apenas destes, os acertos ou erros na condução dos mais variados aspectos da vida social. Tal conceito, que pode ser aceito para as questões de pequena monta, não é correto para as questões macro sociais.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Nascimento, vida e morte da forma valor


A forma valor nasceu entre os seres humanos de forma quase imperceptível, na passagem das sociedades primitivas onde preponderava a partilha igualitária dos bens de consumo produzidos entre os membros da comunidade para o estágio mais recente das civilizações antigas, com a civilização política grega à frente, há cerca de 700 anos a.C. O móvel que esteve na base do comportamento capaz de gerar a forma valor consistiu na percepção por alguns dos indivíduos sociais de que por suas maiores habilitações e determinações para o esforço físico, obtinham maior produtividade na atividade a que se propunham em relação aos demais, e entenderam, por um sentimento mesquinho e individualista, que deveriam se beneficiar pessoalmente, via acumulação privada, desse melhor desempenho. Assim, graças a esse sentimento individualista e segregacionista, os mais bem dotados resolveram acumular para si o resultado da produção como forma de barganha, pela troca, em detrimento do interesse da coletividade. Apareceu, aí, o nefasto conceito da troca quantificada, que a muitos parece um natural benefício que viabiliza a satisfação das necessidades humanas, mas que é o vírus através do qual se inocula e desenvolve a negatividade intrínseca da forma valor.

Conceito do Album

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas
Descobrir, através da arte musical e poética, uma forma de denunciar a relação social fetichista que ora nos impõe um modo destrutivo de viver e, ao mesmo tempo, buscar a sua superação e proporcionar o prazer que a música sempre nos dá, é o objeto deste CD. Tratar de um tema de tão complexa compreensão sob a forma poético-musical, procurando expurgar da arte a sua contaminação mercadológica, é a tarefa difícil, e ainda assim modesta, a que nos propusemos como forma de contribuição a uma conscientização necessariamente inadiável.

O percurso da humanidade no planeta Terra, que segundo estudos mais confiáveis remonta há 250.000 anos (homo erectus, com o cérebro desenvolvido), registra um episódio histórico recente, iniciado há apenas 2.700 anos, mas que agora entra no seu ocaso, iniciando um rastro de destruição fantasmagórico e que é absolutamente ignorado intencionalmente na sua essência pela grande mídia, pela academia, e pelo pensamento político-econômico oficial - a essência da relação social sob a forma-valor, expressa na mercadoria e no dinheiro (mercadoria especial). Agora, quando essa relação social começa a dar sinais suficientemente fortes de um iminente colapso que está a nos arrastar a todos para um abismo de conseqüências inimagináveis, explicações as mais diversas, mas todas periféricas, sem “botar o dedo na ferida”, são elaboradas e divulgadas, e ações conjuntas de governos e mercados são adotadas como tentativa de remediar o irremediável, de salvar o sistema capitalista ou adiar a sua morte, mas nunca de superá-lo, de transcendê-lo na sua essência destrutiva e autodestrutiva.

O dinheiro surgiu na Grécia antiga onde se formou embrionariamente a primeira forma de Estado, dentro de um conceito jurídico-institucional capaz de regular as relações sociais sob a sua lógica. Aí, nascia um novo Deus, um novo fetiche a ser adorado globalmente pelos seus súditos incautos, e a ditar regras de comportamentos absolutamente destituídas de virtudes, mas muito bem mascaradas sob a idéia aparentemente isonômica do conceito de democracia, onde, pretensamente, todos podem ficar ricos, independentemente de raças ou estratificação social... Desde que consigam eliminar os seus concorrentes na corrida autofágica pela hegemonia do mercado!

Mas o que é mesmo o dinheiro? Os manuais de economia costumam dar uma explicação funcional sobre o seu conceito, tratando-o como se fora um ingênuo e útil instrumento facilitador de algo que seria pretensamente benéfico para a humanidade - as trocas de mercadorias. Assim procedendo, mascaram o verdadeiro conteúdo fetichista, negativo, opressor, destrutivo e autodestrutivo dessa forma de relação social abominável. Na verdade, o dinheiro, mercadoria que funciona como o equivalente geral (a mercadoria das mercadorias) é a expressão materializada, mensurável e condutora de uma abstração - o valor.

E o que é o valor? Uma relação social estabelecida e mensurada pelo tempo de trabalho abstrato coagulado nas mercadorias, e que resulta num processo de formação e acumulação de riqueza abstrata de modo segregacionista. Assim, o valor é uma abstração consistente na criação de uma unidade numérica que quantifica quantidades e qualidades de diferentes objetos concretos, dando-lhes, simultaneamente, uma conotação abstrata, transformando-os em mercadoria, algo ao mesmo tempo concreto e abstrato (valor de uso e valor de troca), destinados ao mercado, como forma de se dar vazão a essa cumulatividade segregacionista. O valor é uma abstração que comanda negativamente as nossas vidas.

A lógica de reprodução do valor implica necessariamente na acumulação crescente de tempo de trabalho abstrato sob a forma da mercadoria (riqueza abstrata), donde o seu caráter segregacionista Assim, é inerente a sua existência a necessidade de sua multiplicação contínua, via extração de mais-valia (como a velocidade o é para o equilíbrio da bicicleta), geradora da acumulação igualmente segregacionista de riqueza abstrata de um lado, e em contrapartida a uma imensa acumulação de pobreza material (e abstrata, consequentemente) por outro lado, independentemente de quem ative esse processo, seja o Estado como empresário (marxista tradicional ou liberal burguês), ou o capitalista privado, ou ainda uma sociedade cooperativa de trabalhadores.

Nesse processo a forma valor cresce e se desenvolve destrutivamente até o momento em que a corrida concorrencial e o desenvolvimento tecnológico passam a substituir, numa escala maior, o trabalho abstrato (trabalho vivo, único produtor de valor) pelo trabalho das máquinas (trabalho morto, não produtor de valor), como agora está a acontecer, com o desenvolvimento da microeletrônica, da cibernética, da comunicação via satélite, e de outros fenômenos do saber humano aplicados à produção. Nesse momento, a forma valor, que desde o seu surgimento era essencialmente negativa, porque geradora de violência e estratificações excludentes e abismais na vida social, dessubstancializa-se e passa a entrar em colapso interno definitivo, prenunciando o seu fim irreversível. Essa é a explicação sincera que envolve os contornos da crise do sistema financeiro e da chamada economia “real”, que os seus defensores não podem (e não querem) admitir.

Entretanto, a autodestruição da forma-valor e, conseqüentemente, de sua negatividade, não significa, por si só, um alívio para a humanidade, vez que isso pode ocorrer sob a forma de turbulências sociais inimagináveis, onde se instale a barbárie social ou uma hecatombe humana pela guerra. A autodestruição da forma valor implica num perigoso processo de convulsão das relações de poder que pode nos arrastar para um momento de extrema crueldade, como já ocorreu recentemente durante a segunda guerra mundial, que nada mais foi que a disputa de poder mercadológico e, consequentemente, político, como resultado da depressão econômica de 1929/1930. Compreendermos a necessidade de superação transcendental dessa relação social fetichista sob a qual vivemos, comandada pela forma valor, expressa nas mercadorias e no dinheiro, evitando-se a destruição da humanidade pela barbárie ou pela hecatombe da guerra é condição inadiável de sobrevivência que se nos coloca agora impositivamente.

Um abraço a todos e espero que ouçam as músicas, dancem e celebrem a vida desfetichizada que virá.      
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Nota (1) - A palavra “tripalium” é um termo latino que significa “tortura”, e deu origem, não sem motivo, à palavra trabalho, categoria capitalista que em nada dignifica o ser humano, mas apenas o oprime e o submete de modo fetichista. A atividade humana em interação com a natureza, destinada à satisfação das necessidades humanas, inclusive com a utilização das máquinas e do saber tecnológico, deve ser prazerosa e consciente, e não deve ser confundida com trabalho, atividade produtora de mercadorias, de valor e de sofrimento.

Série Citações


O blogue desvalor se destina a promover reflexão sobre pensamentos condensados que reflitam a ideia de uma nova relação social a partir de conceitos que excluem a possibilidade de competição autofágica implícita na vida mercantil. Para isso foi criada essa série de citações que se identificam com o conceito do blogue. 

As citações elencadas foram extraídas de vários autores e coligidas de vários livros bem como dos muitos escritos sob a forma de livros, artigos, manifestos, coletâneas, panfletos e publicações diversas de vários autores e do Grupo Crítica Radical, de Fortaleza, Ceará.


Série citações - Parte I


Album Tripalium - Produção

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas

Produtor
   Mimi Rocha






Piano
   Marcos Winni
Baixo
   Nélio Costa
Violoncelo
   Jorge
Guitarra
   Mimi Rocha
Bateria
   Ricardo Ponte
Percussão
   Hotto Júnior
Sax, trompete e outros
   Ferreirinha e seu grupo
Sax e Flauta
   Márcio Resende
Violão
   Eduardo (Dudu)


Voz
   Chico Pio em
      A vida
      Fortaleza
   Gomes Brasil em
      Opinião
      Coquetel Molotov

      Lógica
      Que moral é essa?
      Quero um blues pra
viver
      Desvalor
      Viva África

   José Sabadia em
      Apodreceu Geral
      A arte

   Edmar Gonçalves em
      El Che, que dirá?

   Dalton Rosado em
      Chame o Síndico

Album Tripalium - Opinião

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas


Opinião
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)


        

Tenho opinião, seu moço,
Tenho opinião, e pago por isso;                    (bis)
Tenho opinião, amigo,
Tenho opinião e é por isso qu’eu duvido;

Duvido, de quem diz que sabe,
Mas não faz;
Duvido, de quem quer falar,
Mas não ouve;
Duvido, de quem quer ser bamba,
E não ama;
Duvido e eu não sei calar

Tenho opinião, seu moço,
Tenho opinião e pago por isso;
Tenho opinião, amigo,
Tenho opinião e é por isso que eu digo;

Melhor é dizer um não,
quando cabe;
Melhor, que sempre fingir,
que concorda,
Melhor do que uma certeza,
submissa,
É a verdade que não cala

Album Tripalium - El Che, que dirá?

Conceito do Album     |     Produção     |     Música

El Che, que dirá?
(Dalton Rosado – letra e música)
(Edmar Gonçalves – intérprete)



Será que “El Che” compreendeu?
Será que “El Che” percebeu?
Será que a breve vida viveu?
Sem saber da essência do mal?

Entrar noutra luta, entrar noutra festa,
Saber que é possível, mudar o que resta
Reinventar o mundo, viver o porvir,
Acabar com a tristeza, daqui e dali

Que dirá “El Che”, dele ser,
Vendilhão no templo sagrado?
Que dirá “El Che”, dele ser,
Propaganda de supermercado?
Una vida fraterna, solidaridad,
Sin diñero, trabajo, con amor, libertad
Ese el mundo que quiero, El Che quiereria
Sin fuerzas, sin armas, que son mercancías

Album Tripalium - Chame o síndico

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas


Chame o síndico
(Dalton Rosado – letra e música)
(Dalton Rosado - intérprete)



Por favor, meu amor, por favor, meu amor,
Chame urgente, Tim Maia, Tim Maia
Por favor, meu amor, por favor, meu amor,  
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia

Pra consertar essa desordem
e acabar com o cinismo,
Pra afastar a hipocrisia
e tornar tudo uma folia
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia

Pra alegrar esse vazio
e por a nú toda mentira,
Pra superar o parlamento
e chacoalhar com a política,
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia,

Por favor, meu amor, por favor, meu amor,
Chame urgente, Tim Maia, Tim Maia
Por favor, meu amor, por favor, meu amor,  
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia

Pra consertar essa desordem
e alegrar esse vazio,
Pra acabar com o cinismo,
E tornar tudo uma folia,
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia

Pra acabar com a hipocrisia,
e bagunçar a ordem do dia,
Pra superar todo o dinheiro,
e acabar com a tirania,
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia

Por favor, meu amor, por favor, meu amor,
Chame urgente, Tim Maia, Tim Maia
Por favor, meu amor, por favor, meu amor, 
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia,

Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia...
Chame o síndico, Tim Maia, Tim Maia

Album Tripalium - Viva África

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas
Viva África
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



Viva, viva África,Viva, viva África,
Viva, viva África,Viva, viva África

Viva o seu povo, viva a sua raça,
Viva o seu gingado, e toda a sua graça,

Long life, Africa, long life, Africa
Long life Africa, long life, Africa

Viva a igualdade, viva sem mercado
Viva o futuro sem dinheiro e sem Estado

Long life, Africa, long life, Africa
Long life Africa, long life, Africa

Viva a sua luta, contra todo o apartheid
Viva a resistência, pela vida e contra a aids

Viva, viva África, Viva, viva África,
Viva, viva África, Viva, viva África

Viva esse seu jeito alegre e livre de viver,
Viva a sua força, viva todo o seu prazer,

Viva, viva África, Viva, viva África,
Viva, viva África, Viva, viva África

Viva a dignidade, dessa sua rebeldia,
Fora essa guerra insana, que mata, mata, todo dia,

Long life, Africa, long life, Africa
Long life Africa, long life, Africa

Fora os maus tratos, Fora toda a opressão,
Viva a negritude, o samba, o blues, o nosso irmão

Long life, Africa, long life, Africa
Long life Africa, long life, Africa

Album Tripalium - A arte

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas
A arte
(Dalton Rosado - letra e música)
(José Sabadia - intérprete)



O quê que a arte é, o quê que a arte faz?
Se ela fala à alma, há de ser bem mais;
Mas o que é a arte, se ela é capaz?
De ser mercadoria, pro lucro voraz;

Enquanto o mercado ditar a forma e o conteúdo;
E a mídia disser e mandar sobre o seu modo de uso;
E cumprir o papel insano de iludir todo mundo;
O fim da arte está decretado!

O quê que a arte é, o quê que a arte faz?
Se ela fala à alma, há de ser bem mais;
Mas o que é a arte, se ela é capaz?
De ser mercadoria, pro lucro voraz?

Enquanto cantar o amor de modo contaminado;
Pelo dinheiro vil que lhe mantém nesse estado;
De ser instrumento de troca e de anestesia;
O fim da arte está decretado!

Album Tripalium - Apodreceu geral

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas


Apodreceu geral  (pra Raul Seixas)
(Dalton Rosado – letra e música)
(José Sabadia – intérprete)



Apodreceu geral no mundo capital
Apodreceu geral na velha ordem legal
Apodreceu geral e o crime é banal                        (bis)
Apodreceu geral e a coisa aqui tá down
Apodreceu geral e agora é letal
Apodreceu geral e etc e tal

A prisão não cabe o preso
E o hospital tá na emergência
Política é uma piada
E o juiz quer ficar rico
O Estado está endividado
E a gente é quem paga o pato

Repete o refrão

O valor desvaloriza
O trabalho se desempregou
A bolsa só vive caindo
Nas mãos do assalto mercador
O dólar é moeda podre
E a inflação é um horror

Repete o refrão

A igreja é imobiliária
Vendendo lotes lá no céu
O clima está ficando quente
E a previdência é imprevidente
A escola ensina tudo errado
E a depressão aflige a gente

Repete o refrão



Alum Tripalium - Desvalor

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas

Desvalor
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



O brilho falso do progresso
esconde a miséria, que é opaca,
E mora ao lado,
E mora ao lado;

O tal progresso sob o valor
é negativo e destrói a vida,
Pelo trabalho,
Pelo trabalho;

A crise do mercado e da política,
e do Estado, é o valor,
Desvalorizado,
Desvalorizado;

E quando essa onda passar a vida vai melhorar,
E não será necessário ter que vender e comprar,
E a natureza então vai se poder preservar,
E esse sufoco medonho, vai ter que se acabar

Album Tripalium - Quero um Blues pra viver

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas

Quero um Bbues pra viver (Like a BB King)
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



Quero um blues pra viver;
Quero um blues pra dizer;
Que o valor é o Deus,
Do fetiche da dor;
E o mercado é o motor,
Que conduz esse horror

Ser rico ou ser pobre, não é essa a questão;
A vida é o que escapa nessa solidão;
É trabalho, trabalho, trabalho,
E escravidão;


Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas

Quero um Bbues pra viver (Like a BB King)
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



Quero um blues pra viver;
Quero um blues pra dizer;
Que o valor é o Deus,
Do fetiche da dor;
E o mercado é o motor,
Que conduz esse horror


Acordar bem cedo, proibida a preguiça;
Produzir dinheiro, dinheiro e dinheiro;
Mercado, mercado, marcado,
P’rá viver em vão

Quero um blues pra viver;
Quero um blues pra dizer;
Que o valor é o Deus,
Do fetiche da dor;
E o mercado é o motor,
Que conduz esse horror

Da mesma raiz que o xote e o baião;
Esse blues nasceu do apanhar do algodão;           (bis)
Trabalho escravo, trabalho abstrato,
só sofreguidão

Quero um blues pra viver;
Quero um blues pra viver

Album Tripalium - Que moral é essa?

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas
Que moral é essa? 
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



Iôiôiôiôô, iôioîoiôô
Iôiôiôiôô, iôiôiôiôô

Que moral é essa?
Que moral é essa?
Que moral é essa?
Que moral é essa, do capital?

Em que levar vantagem
É algo natural;
Em que é permitido
o roubo oficial;
Direita e esquerda
é tudo tão igual;
e a vida é disputada
Num jogo letal;

Iôiôiôiôô, iôioîoiôô
Iôiôiôiôô, iôiôiôiôô

Que moral é essa?
Que moral é essa?
Que moral é essa?
Que moral é essa, do capital?

Em que o mercado
diz o que fazer;
E se produz dinheiro
pra que o “porquê”?
Ganhar a qualquer custo
também dá poder;
E a vida é um tormento
que aniquila o ser;

Album Tripalium - Lógica Assassina

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas
Lógica assassina
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



A lógica que produz a bala,
Que mata um ser na escuridão;
É a lógica que produz a bomba,
Que mata logo mais de um bilhão;

A lógica é o que está na base,
É o que promove a destruição;
Fetichização, vida abstrata,
Que é sem sentido e sem razão;

Mas esse sistema insano e vil
Que faz do ser humano algo mercantil;
Um dia há de acabar e aí você já viu,
Essa miséria vai pra puta que pariu...

Negar o negativo e evitar a barbárie
Acabar com o mercado e com a vida mercantil
Reinventar uma nova relação social
Acabar com a guerra e a tirania do poder

Repete tudo uma vez

A lógica que produz a bala,
Que mata um ser na escuridão;
É a lógica que produz a bomba,
Que mata logo mais de um bilhão;

Album Tripalium - Coquetel Molotov

Conceito do Album     |     Produção     |     Músicas


Coquetel Molotov
(Dalton Rosado – letra e música)
(Gomes Brasil – intérprete)



Fora tudo, fora todos (bis)

Fora o lixo dessa urbe
Fora o luxo do mercado
Fora essa miséria viva
Fora todo esse Estado

Fora tudo, fora todos (bis)

Fora toda essa política
O valor e o mercado
Economia, dinheiro
O partido e o Estado

Fora tudo, fora todos (bis)

Democracia... tá furado
Socialismo... tá furado
Valor, trabalho... tá furado
Capitalismo... ta falido!

Jogue fora esse lixo
Abandone essa lógica
Use a inteligência
Sem dinheiro e sem mercado

Fora tudo, fora todos (bis)

O fetiche do dinheiro
Submete o povo inteiro
o trabalho e o valor
são a causa dessa dor

Fora tudo, fora todos (bis)

Mercadoria... tá furado
Valor, dinheiro... tá furado
Trabalho, estado... tá furado
E a política... tá falida!