Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Série 'Citações' (Parte II)

“Como as teorias estruturais e pós-estruturais, o pós-moderno compreende o caráter automático, auto-referencial e inconsciente da sociedade da mercadoria, mas somente para fazer dele um dado ontológico, ao invés de enxergar o aspecto historicamente determinado, escandaloso e superável da sociedade fetichista. Nos comentários sobre “A sociedade do espetáculo”, de 1988, Debord compara este tipo de crítica pseudo-radical ao fac-simile de uma arma na qual falta somente o gatilho.”

Anselm Jappe, em “As sutilezas Metafísicas da Mercadoria”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A negatividade do trabalho abstrato, uma categoria capitalista


Se um ser humano megalomaníaco e desejoso por acumular dinheiro em proporções inimagináveis, obtivesse uma vara de condão capaz de produzir, incontinenti, mercadorias quaisquer para transformá-las em dinheiro e, assim, as produzisse, ele terminaria por ficar sem dinheiro algum, porque o valor, ou seja, a riqueza abstrata assim constituída, dessubstancializar-se-ia de tal modo, que todo o seu sonho de riqueza abstrata viraria abóbora. Por que isso aconteceria? A resposta a essa pergunta explica todo o momento de crise político/econômica e sócio/ecológica do mundo mercantil da atualidade. O sonho do nosso megalomaníaco seria desfeito justamente porque o trabalho abstrato, substância da forma valor, teria desaparecido do processo de produção, e assim, o próprio valor desapareceria no ar tal qual fumaça na amplidão do universo (efeito estufa a parte). A vara de condão da modernidade é o processo de produção tecnológico de ponta que dispensa o trabalho abstrato substancialmente. O capitalismo (forma-valor desenvolvida) nasce concomitantemente à disseminação do trabalho abstrato e se decompõe com o seu desuso.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Série 'Citações' (Parte I)

O blogue desvalor se destina a promover reflexão sobre pensamentos condensados que reflitam a ideia de uma nova relação social a partir de conceitos que excluem a possibilidade de competição autofágica implícita na vida mercantil. Para isso será criada um série de citações que se identificam com o conceito do blogue.

As citações elencadas foram extraídas de vários autores e coligidas de vários livros bem como dos muitos escritos sob a forma de livros, artigos, manifestos, coletâneas, panfletos e publicações diversas de vários autores e do Grupo Crítica Radical, de Fortaleza, Ceará.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O valor é acumulação subtrativa que não admite justa distribuição


O valor é um dragão insaciável em crescimento constante que precisa ser alimentado cada vez mais com mais alimentos, sacrificando os seus submissos, temerosos e desesperados súditos, que assim se privam dos próprios alimentos para mantê-lo vivo até o limite final de um ou dos outros. Estamos, agora, chegando ao limite máximo da capacidade de alimentação desse dragão, o que nos coloca diante do seguinte dilema: ou acabamos com ele ou ele acaba conosco.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Arte e mercadoria



Uma das características negativas da vida mercantil é o que podemos denominar como "efeito liquidificador", onde substâncias de diferenciadas quantidades e qualidades se constituem como uma massa uniforme genérica, a mercadoria, riqueza abstrata. Assim, todos os conteúdos mercantis servem antes à seiva da vida mercantil que é a reprodução aumentada do valor como modo de sua continuidade vital do que à satisfação das necessidades humanas.

Vencer!

Dentre os animais o ser humano é o mais dependente de seu semelhante. Nenhum outro ser animal necessita de tanto tempo sob os cuidados de outrem para viver quanto os seres humanos. Tal condição nos remete a uma necessidade de solidariedade gregária. Entretanto, vivemos sob uma forma de relação social fetichista onde os seres humanos se tornaram adversários uns dos outros, donde o seu estado patológico esquizóide atual.