Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A ditadura da comunicação

Tão lamentável quanto o controle dos ditadores sobre os órgãos de imprensa, comum em regimes fechados, onde a “verdade” emana da “sábia” vontade governamental, é a forma parcial sob a qual atuam os órgãos de comunicação dos regimes liberais capitalistas.

terça-feira, 18 de maio de 2010

As chamas de Atenas

Há cerca de 2.700 anos, apesar das críticas de filósofos como Sócrates, surgia, na Grécia antiga, a primeira manifestação do dinheiro como expressão materializada da relação social abstrata da forma-valor, como modo de viabilização das trocas quantificadas e valoradas de objetos entre as muitas ilhas gregas. O dinheiro foi uma conseqüência inevitável do surgimento da forma valor, abstração que consegue gerar uma unidade numérica capaz de mensurar qualidades e quantidades de diferentes produtos na troca, tendo como critério de mensuração o tempo de trabalho abstrato aplicado na fabricação desses mesmos produtos, assim, transformados em mercadorias.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A mercadoria



Karl Marx, no Livro I de sua obra "O capital", foi quem primeiro desvendou a natureza constitutiva da mercadoria, fazendo-lhe a crítica como modo de relação social em contraposição aos conceitos incompletos e tendenciosos dos economistas clássicos, dentre eles Adam Smith e David Ricardo. Bebendo na sua valiosa fonte, aqui tecemos alguns comentários sobre a mercadoria, como tentativa simplificada, didática e atualizada na compreensão de sua negatividade social intrínseca, justamente no seu momento de sua agonia mundial, e como modo de confirmação do acerto das críticas mais que centenárias e profundas desse grande pensador da crítica da economia política, mesmo que se possa contestá-lo nos seus conceitos de condução política de oposição, fundada na pretensão de justa distribuição da riqueza abstrata por um Estado pretensamente proletário, e na pretensa força da união da classe trabalhadora, aspectos que se revelaram pífios, como modo de superação do capitalismo.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Política e poder

Costuma-se considerar que todas as ações humanas em sociedade são atos políticos e, consequentemente, algo tão natural e indispensável como o ato de respirar. Dentro desse critério genérico a participação nos canais políticos institucionais e a insurgência contra a má qualidade desses canais, visando as suas melhorias, tornam-se, equivocadamente, como condições únicas e indispensáveis à vida social. Assim, o analfabeto político é considerado o maior dos ignorantes e uma espécie de pária social. Na verdade, não é bem assim que se devem considerar aqueles que têm repulsa ao exercício da política e ao seu significado.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Os Bric’s

O capitalismo se caracteriza como uma relação social negativa, destrutiva e autodestrutiva, fundada na subtração segregacionista da riqueza abstrata produzida pelo trabalho abstrato e operada pela extração de mais valia nessa sua categoria primária. Vive, agora, a era da sua implosão interna irreversível causada pelo limite de sua capacidade de expansão e pela guerra na concorrência globalizada da produção de mercadorias, que ao mesmo tempo em que promove a dessubstancialização da forma-valor (queda do seu volume), provoca um deslocamento geográfico nunca antes havido na produção de riqueza abstrata, e que se evidencia como o mais novo fenômeno dessa relação social one world.

domingo, 2 de maio de 2010

A tragédia no Rio de Janeiro



Diante de mais uma tragédia que matou centenas de pessoas e desabrigou milhares de outras no Rio de Janeiro, além de danos materiais de grandes dimensões, mais uma vez se observa o desfile de teses sobre “de quem é a culpa?”. A grande mídia de comunicação que fatura alto com a comoção pública diante da tragédia se incumbe de expor o fato sob o ponto de vista de “identificar” os culpados, e faz uma analise superficial que acusa desde as próprias vítimas, pela “irresponsabilidade” de construir em áreas de risco, passando pela genérica e usual frase “falta de competência das autoridades públicas”, chegando a noticiar até (como afirmou o Prefeito de Niterói), a conclusão de que não há culpados, uma vez que se trata de um fenômeno natural contra o qual ninguém pode se opor de modo eficaz.