Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Série 'Citações' (Parte III)


O orgulho, para um ator, pode ser um mecanismo espetacular do mesmo modo que o culto a Che Guevara, os integrismos e os nacionalismos, o esporte ou o terrorismo, os sindicatos e os partidos. Enquanto a religião era a proteção da potência humana no céu, onde levaria uma vida aparentemente independentemente, o espetáculo é a sua projeção sobre portadores terrestres igualmente afastados do poder dos homens que não são reconhecidos pelas próprias criaturas que o geraram. O espetáculo é, então, a forma mais elevada da alienação e, justamente, do fetichismo da mercadoria.”

Anselm Jappe, no Livro “Guy Debord”, Editora Vozes pág. 257, 1999, fazendo referência a passagem do livro  “A Sociedade do Espetáculo.”

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A China capitalista (Parte I)


Quem diria que 60 anos após a tomada do poder pelos comunistas chineses liderados por Mao Tse Tung, tornando-se o maior país comunista do mundo em população, como pretensa antítese do modelo capitalista, a China se tornaria o maior exportador de mercadorias do mundo, e se inseriria entre as maiores economias capitalistas do mundo? O modelo marxista-leninista chinês se transformou no seu aparente oposto, ou seja, num país capitalista que faz estragos no capitalismo ao adotar a lógica capitalista mais exacerbada, com mão-de-obra de baixo salário e uso de alta tecnologia. A China, do mesmo modo que todos os países que fizeram a “revolução comunista” e implantaram o modelo estatizante de propriedade dos meios de produção, não abandou a primeira condição capitalista, que é a produção de mercadoria, e tiveram que, posteriormente, franquear a sua produção privada.

A China capitalista (Parte II)

Alguns países do terceiro mundo estão vivendo num período de relativa expansão econômica, com a China e Índia à frente. Esses dois países, com quase 40% da população mundial, com cerca de 2,5 bilhões de habitantes e renda per capita baixa (na China, com US$ 2.400 anuais, cerca de R$ 356,00 mensais), oferecem mão-de-obra barata adicionada à alta tecnologia que lhes é introduzida pelos produtores de mercadorias privados e estatais que se instalam no seu interior. A economia globalizada, em face do regime de concorrência de mercado obriga os grandes produtores industriais ao abandono da produção no seu país de origem para produzir no terceiro mundo. Essa é uma conseqüência lógica e inevitável da concorrência de mercado, onde o baixo valor do trabalho abstrato aliado ao sofisticado uso da tecnologia, é fator decisivo na luta pela hegemonia de mercado.