Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A China capitalista (Parte I)


Quem diria que 60 anos após a tomada do poder pelos comunistas chineses liderados por Mao Tse Tung, tornando-se o maior país comunista do mundo em população, como pretensa antítese do modelo capitalista, a China se tornaria o maior exportador de mercadorias do mundo, e se inseriria entre as maiores economias capitalistas do mundo? O modelo marxista-leninista chinês se transformou no seu aparente oposto, ou seja, num país capitalista que faz estragos no capitalismo ao adotar a lógica capitalista mais exacerbada, com mão-de-obra de baixo salário e uso de alta tecnologia. A China, do mesmo modo que todos os países que fizeram a “revolução comunista” e implantaram o modelo estatizante de propriedade dos meios de produção, não abandou a primeira condição capitalista, que é a produção de mercadoria, e tiveram que, posteriormente, franquear a sua produção privada.


Costuma-se pensar, equivocadamente, que mercadoria é sinônimo de objeto, daí porque um objeto qualquer capaz de satisfazer necessidades humanas (uma roupa, um alimento, uma casa, etc.), é considerado, naturalmente, uma mercadoria. Um objeto qualquer com capacidade de uso é apenas um objeto. Entretanto, quando esse mesmo objeto é passivo de uma mensuração numérica na troca por outro objeto, em moeda ou no simples escambo, ele adquire, além do valor de uso, um valor de troca, quantificação puramente abstrata, e passa a ser uma mercadoria, tornando-se, assim, uma riqueza abstrata.

A China, como todos os outros países comunistas, ao preservar como relação social fundamental a produção de mercadorias, onde se explora a mais-valia do trabalhador, única fonte de existência e reprodução possível do valor, passou a ser apenas um modelo capitalista politicamente fechado, despótico, e assim, mais susceptível de manipulação da informação. A China comunista sempre foi capitalista. Será que o camarada Mao sabia disso?



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