Alguns países do terceiro mundo estão vivendo num período de relativa expansão econômica, com a China e Índia à frente. Esses dois países, com quase 40% da população mundial, com cerca de 2,5 bilhões de habitantes e renda per capita baixa (na China, com US$ 2.400 anuais, cerca de R$ 356,00 mensais), oferecem mão-de-obra barata adicionada à alta tecnologia que lhes é introduzida pelos produtores de mercadorias privados e estatais que se instalam no seu interior. A economia globalizada, em face do regime de concorrência de mercado obriga os grandes produtores industriais ao abandono da produção no seu país de origem para produzir no terceiro mundo. Essa é uma conseqüência lógica e inevitável da concorrência de mercado, onde o baixo valor do trabalho abstrato aliado ao sofisticado uso da tecnologia, é fator decisivo na luta pela hegemonia de mercado.
O crescimento do PIB chinês de 8,7% no ano de 2009, em contraposição ao PIB global negativo ou nulo, antes de significar um crescimento da massa global de produção do valor e do conseqüente aumento da extração de mais-valia, corresponde justamente ao seu contrário. As mercadorias chinesas invadem o mundo com preços baixos resultantes da dessubstacialização do valor, que ao invés de aumentar de volume, conforme sua necessidade vital, decresce, provocando uma fissura de morte em todo o sistema de irrigação monetária mundial, com desemprego estrutural, progressiva falência dos setores industrial, financeiro, agrícola e de serviços, e por fim, do próprio Estado, que se endivida e se obriga à emissão inflacionária de moeda sem lastro para financiamento desse processo falimentar.
O mundo capitalista entra em rota de colisão com o limite interno destrutivo e autodestrutivo da forma valor, e a China, com seu corredor de exportação de mão única, acumula reservas cambiais sem lastro e cresce como o rabo do cavalo, para baixo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário