Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A crise e o conceito da forma-valor

A forma-valor é uma abstração capaz de mensurar qualidades e quantidades de diferentes objetos na troca avaliada, transformando-os em mercadorias, e tendo como substância constitutiva e critério de avaliação (valoração) o quantum de trabalho abstrato aplicado na produção dessas mercadorias, e que se traduz como uma relação social baseada num princípio cumulativo de riqueza abstrata geradora de segregação social em face de sua necessária reprodução continuamente aumentada, ad infinitum, através da extração de mais-valia geradora do lucro.

Não há reprodução de valor sem mais-valia. Por sua vez, a mais-valia, traduz-se no tempo de trabalho abstrato apropriado e não pago em valor àquele que despendeu esforço humano para a produção de objetos transformados em mercadorias. O objeto concreto, transformado em mercadoria, é algo que, ao mesmo tempo, tem valor de uso e valor abstrato, ou seja, tem valor de mercado, mensurado por uma determinada unidade monetária, o dinheiro, mercadoria especial. Assim, o valor é o gênero, do qual as mercadorias e o dinheiro são suas expressões materializadas e o trabalho abstrato o seu substrato constitutivo fundamental, de onde se extrai a indispensável mais-valia, que formam o universo da relação social negativa que hoje domina as sociedades mundiais (liberais e marxistas).

Ocorre, entretanto, que a inevitável concorrência de mercado força a redução dos custos de produção, e o conseqüente desproporcional desuso do trabalho abstrato (assalariado) em favor do trabalho morto (das máquinas, sem salário), provoca a redução da massa global de extração de mais-valia, o desemprego estrutural e uma tendência inevitável ao colapso do valor como forma eficaz de relação social. Eis aí a gênese da irreversível crise atual, nos marcos da vida mercantil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário