No mundo árabe, a exemplo do que ocorre no restante do mundo asiático, predominam níveis de pobreza bastante acentuados, em contraponto à suntuosa riqueza dos mandatários, sejam eles originários de dinastias raciais; de castas teocráticas; de ditaduras militares; ou de sistemas eletivos manipulados. Com seus petrodólares, esses dirigentes alimentam o decadente sistema financeiro e imobiliário no mundo inteiro, cujas rendas ao invés de representar uma melhoria da qualidade de vida do seu sofrido povo, apenas alimentam os seus afrontosos faustos.
Dada a importância energética do petróleo, não há de se estranhar, portanto, os interesses estratégicos dos países componentes do chamado G7, na política dessa região, principalmente agora, quando a insatisfação gerada pelo agravamento das precárias condições de vida do povo árabe, chegam ao nível do insuportável, e eclode a chamada “primavera árabe”. O chamado mundo rico tende a se posicionar de modo a manter a sua tradicional influência sobre o controle político e econômico nessa região, e encenam a sua ridícula função de “polícia do mundo”, posando de justiceiros.
Mas acaso o despejo pelos Estados Unidos de bombas desde 10.000 metros de altura sobre Bagdá, no Iraque de Saddam Hussein, como alegado revide ao ataque ao World Trade Center, não são atos de idêntica postura? O que dizer do uso do napalm contra camponeses no Vietnã? Não foram os Estados Unidos que apoiaram Osama Bin Laden, Saddam Hussein e Muammar Kadafi para depois se voltarem contra esses aliados e matá-los no melhor estilo de interferência política ditada pelo interesse capitalista mundial decadente?
Agora, quando a Síria entra em ebulição social contra o Presidente Bashar al-Assad que usa métodos bárbaros para se manter no poder num quadro de guerra civil, os Estados Unidos se arvoram de nemesis da manutenção da paz mundial e defesa da população civil contra o uso de armas químicas (que provavelmente foram usadas), com a ameaça de despejo de mísseis a serem lançados por porta aviões sobre Damasco. Mais uma vez será a população civil síria quem vai morrer sob tais poderosos artefatos bélicos. A lógica capitalista está subjacente a esse cheiro assassino de pólvora que permeia incessantemente a vida dos povos, bem como têm culpa todos os atores desse macabro pastelão bélico ao seu serviço.
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