Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A Natureza da Política e do Poder

Na modernidade a política é o canal de legitimação e de acesso ao poder estatal, que por sua vez nada mais é do que um subsistema serviçal do negativo e verdadeiro poder – o econômico. O estado não é uma esfera soberana porque depende do poder econômico e, conseqüentemente, a política, que leva ao exercício desse poder institucional, é igualmente destituída de soberania de vontade. Tanto o Estado como os políticos são prepostos do poder econômico que os sustentam e no qual está assentada toda a dinâmica social mercantil. É equivocado se pensar que o atual modelo político institucional é o resultado de aperfeiçoamentos sociais que ocorreram ao longo da história e que resulta na participação popular, presumidamente soberana. Tal pensamento equivocado resulta da inconsciência da sociedade sobre si mesma.

Os caminhos que levam um político ao poder são inconfessáveis, e em nome da busca do objetivo maior, que é o acesso ao poder, todo senso de boa ética e dignidade é comumente negado e pretensamente justificado. Como se justifica o apoio de Luiz Carlos Prestes a Getúlio Vargas, que pouco tempo antes havia entregado aos nazistas a sua mulher Olga Benário, grávida de sua filha, para ser morta nos campos de concentração nazistas? Um equivocado e pretenso “compromisso político com a causa maior de libertação do povo” que seria maior do que “questões de natureza pessoal ou circunstanciais”. Como se justifica o assassinato por envenenamento das seis filhas de Goebbels, o marqueteiro e ideólogo nazista, por ele próprio, minutos antes de seu próprio suicídio e de sua mulher? Uma equivocada e cruel suposição de que as tropas aliadas fariam com suas filhas o mesmo que eles fizeram aos milhões de crianças judias nos campos de concentração por decisão doutrinária política nazista. O que levou Richard Nixon a espionar os seus adversários de maneira fraudulenta, fato comprovado que terminou por levá-lo à renúncia? A busca de manutenção no poder político.

É da natureza política do poder os meios justificando os fins, e seriam inumeráveis os casos de manipulação e de comportamentos políticos inaceitáveis sob quaisquer conceitos de boa moral e ética. Os inconfessáveis métodos políticos de acesso ao poder são, obviamente, consentâneos com o próprio exercício e natureza do poder, pois, afinal, o “uso do cachimbo entorta a boca”.

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