Os caminhos que levam um político ao poder são inconfessáveis, e em nome da busca do objetivo maior, que é o acesso ao poder, todo senso de boa ética e dignidade é comumente negado e pretensamente justificado. Como se justifica o apoio de Luiz Carlos Prestes a Getúlio Vargas, que pouco tempo antes havia entregado aos nazistas a sua mulher Olga Benário, grávida de sua filha, para ser morta nos campos de concentração nazistas? Um equivocado e pretenso “compromisso político com a causa maior de libertação do povo” que seria maior do que “questões de natureza pessoal ou circunstanciais”. Como se justifica o assassinato por envenenamento das seis filhas de Goebbels, o marqueteiro e ideólogo nazista, por ele próprio, minutos antes de seu próprio suicídio e de sua mulher? Uma equivocada e cruel suposição de que as tropas aliadas fariam com suas filhas o mesmo que eles fizeram aos milhões de crianças judias nos campos de concentração por decisão doutrinária política nazista. O que levou Richard Nixon a espionar os seus adversários de maneira fraudulenta, fato comprovado que terminou por levá-lo à renúncia? A busca de manutenção no poder político.
É da natureza política do poder os meios justificando os fins, e seriam inumeráveis os casos de manipulação e de comportamentos políticos inaceitáveis sob quaisquer conceitos de boa moral e ética. Os inconfessáveis métodos políticos de acesso ao poder são, obviamente, consentâneos com o próprio exercício e natureza do poder, pois, afinal, o “uso do cachimbo entorta a boca”.
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