Os sintomas de débâcle mundial do sistema produtor de mercadorias são evidentes, prenunciando uma crise que já atinge os Estados nacionais e deverá provocar uma hecatombe no sistema financeiro internacional. A crise da produção industrial de mercadorias, atividade produtora de valor e mais valia, arrasta gravemente o Estado e o capital financeiro.
Os sintomas mais evidentes desse quadro são os resultados financeiros de grandes e tradicionais impérios industriais e financeiros mundiais que apresentaram consideráveis prejuízos nos exercícios financeiros mais recentes. A General Motors, nascida há cerca de 100 anos nos Estados Unidos e difusora do way-of-life automobilístico mundial, apresentou um prejuízo no exercício de 2005 de cerca de US$ 5 bilhões, algo bastante significativo se levarmos em consideração que o valor de mercado do grupo estava orçado em US$ 10,6 bilhões. A empresa faliu, simplesmente, e com isso arrastou um universo de atividades econômicas, financeiras e industriais que lhe são atreladas, tendo que ser socorrida por dinheiro estatal, com graves efeitos colaterais num futuro próximo. A Ford apresentou o seu pior resultado em 103 anos de existência, com prejuízo no exercício de 2006 da ordem de US$ 13 bilhões, com demissões em massa e com o fechamento de fábricas nos Estados Unidos, tendo que ser socorrida da mesma forma. A Mitsubishi japonesa apresentou prejuízo de US$ 4,4 bilhões no exercício de 2004 e, a Volkswagen alemã, em meio a denúncias de corrupção, também teve um desempenho bisonho em 2005. A história se repetiu em 2008 com mais vigor e atingiu a maioria dos bancos americanos, europeus e asiáticos.
O avanço de empresas asiáticas no setor e o crescimento industrial de mão única, da China, antes de representar vigor capitalista, significa a dessubstancialização do valor, com produção de alta tecnologia (ou não) sempre com mão-de-obra barata, além de ser insubsistente, porque dependente de um mercado externo cujo limite está previamente estabelecido. É o chamado crescimento para baixo, como se fora um "rabo de cavalo". A forma material concreta da produção mercantil entra agora em contradição flagrante com o limite interno absoluto da sua lógica abstrata prenunciando o seu fim irreversível.
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