Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Os gigantes têm os pés de barro


Os sintomas de débâcle mundial do sistema produtor de mercadorias são evidentes, prenunciando uma crise que já atinge os Estados nacionais e deverá provocar uma hecatombe no sistema financeiro internacional. A crise da produção industrial de mercadorias, atividade produtora de valor e mais valia, arrasta gravemente o Estado e o capital financeiro.


Os sintomas mais evidentes desse quadro são os resultados financeiros de grandes e tradicionais impérios industriais e financeiros mundiais que apresentaram consideráveis prejuízos nos exercícios financeiros mais recentes. A General Motors, nascida há cerca de 100 anos nos Estados Unidos e difusora do way-of-life automobilístico mundial, apresentou um prejuízo no exercício de 2005 de cerca de US$ 5 bilhões, algo bastante significativo se levarmos em consideração que o valor de mercado do grupo estava orçado em US$ 10,6 bilhões. A empresa faliu, simplesmente, e com isso arrastou um universo de atividades econômicas, financeiras e industriais que lhe são atreladas, tendo que ser socorrida por dinheiro estatal, com graves efeitos colaterais num futuro próximo. A Ford apresentou o seu pior resultado em 103 anos de existência, com prejuízo no exercício de 2006 da ordem de US$ 13 bilhões, com demissões em massa e com o fechamento de fábricas nos Estados Unidos, tendo que ser socorrida da mesma forma. A Mitsubishi japonesa apresentou prejuízo de US$ 4,4 bilhões no exercício de 2004 e, a Volkswagen alemã, em meio a denúncias de corrupção, também teve um desempenho bisonho em 2005. A história se repetiu em 2008 com mais vigor e atingiu a maioria dos bancos americanos, europeus e asiáticos.

O avanço de empresas asiáticas no setor e o crescimento industrial de mão única, da China, antes de representar vigor capitalista, significa a dessubstancialização do valor, com produção de alta tecnologia (ou não) sempre com mão-de-obra barata, além de ser insubsistente, porque dependente de um mercado externo cujo limite está previamente estabelecido. É o chamado crescimento para baixo, como se fora um "rabo de cavalo". A forma material concreta da produção mercantil entra agora em contradição flagrante com o limite interno absoluto da sua lógica abstrata prenunciando o seu fim irreversível.


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