Costuma-se considerar que a política e seus agentes representativos, os políticos, têm soberania de vontade em seus atos, dependendo apenas destes, os acertos ou erros na condução dos mais variados aspectos da vida social. Tal conceito, que pode ser aceito para as questões de pequena monta, não é correto para as questões macro sociais.
A política e os políticos podem decidir sobre a prioridade de uma obra; sobre a prioridade a uma determinada área de serviços públicos, etc., mas não podem dar ordens conflitantes com o comando abstrato da lógica mercantil da qual são dependentes e meros instrumentos reguladores. Ao invés de ter vontade soberana, a política é vassala, instrumento regulador e indutor da lógica de reprodução do valor, do mercado, de onde tira o seu sustento através dos impostos. Assim, ao invés de comandar soberanamente, a política é comandada de modo submisso por uma lógica intrinsecamente negativa, que se instalou em todas as sociedades mundiais, e que ora atinge o seu estágio de involução, de limite interno absoluto, tendendo ao colapso da própria forma como relação social, com conseqüências devastadoras para a vida social e ecológica.
No atual estágio da concorrência globalizada da produção mercantil, a luta desesperada pela hegemonia de um mercado cada vez mais depressivo, como modo de sobrevivência econômico/política, não pode prescindir de uma exploração predatória dos recursos naturais e da emissão de gases poluentes na atmosfera (gás carbônico, C02, à frente), que produzem o comprovado efeito estufa, aquecendo o planeta de modo devastador. O impasse estabelecido na “Conferência sobre o clima”, em Copenhague, define-se pela contradição entre a necessidade de mercado e a necessidade de vida no planeta. A submissão da vontade política à lógica mercantil tem que ser contraditada pela consciência da necessidade de superação de um modo social fetichista que nos impõe o suicídio. Saberemos superar essa lógica?
*Artigo publicado no jornal "O Povo" no dia 19/12/2009 (clique aqui).
A política e os políticos podem decidir sobre a prioridade de uma obra; sobre a prioridade a uma determinada área de serviços públicos, etc., mas não podem dar ordens conflitantes com o comando abstrato da lógica mercantil da qual são dependentes e meros instrumentos reguladores. Ao invés de ter vontade soberana, a política é vassala, instrumento regulador e indutor da lógica de reprodução do valor, do mercado, de onde tira o seu sustento através dos impostos. Assim, ao invés de comandar soberanamente, a política é comandada de modo submisso por uma lógica intrinsecamente negativa, que se instalou em todas as sociedades mundiais, e que ora atinge o seu estágio de involução, de limite interno absoluto, tendendo ao colapso da própria forma como relação social, com conseqüências devastadoras para a vida social e ecológica.
No atual estágio da concorrência globalizada da produção mercantil, a luta desesperada pela hegemonia de um mercado cada vez mais depressivo, como modo de sobrevivência econômico/política, não pode prescindir de uma exploração predatória dos recursos naturais e da emissão de gases poluentes na atmosfera (gás carbônico, C02, à frente), que produzem o comprovado efeito estufa, aquecendo o planeta de modo devastador. O impasse estabelecido na “Conferência sobre o clima”, em Copenhague, define-se pela contradição entre a necessidade de mercado e a necessidade de vida no planeta. A submissão da vontade política à lógica mercantil tem que ser contraditada pela consciência da necessidade de superação de um modo social fetichista que nos impõe o suicídio. Saberemos superar essa lógica?
*Artigo publicado no jornal "O Povo" no dia 19/12/2009 (clique aqui).
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