Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Série 'Citações' (Parte I)

O blogue desvalor se destina a promover reflexão sobre pensamentos condensados que reflitam a ideia de uma nova relação social a partir de conceitos que excluem a possibilidade de competição autofágica implícita na vida mercantil. Para isso será criada um série de citações que se identificam com o conceito do blogue.

As citações elencadas foram extraídas de vários autores e coligidas de vários livros bem como dos muitos escritos sob a forma de livros, artigos, manifestos, coletâneas, panfletos e publicações diversas de vários autores e do Grupo Crítica Radical, de Fortaleza, Ceará.

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"Ser radical é tomar as coisas pela raiz. Ora, para o homem, a raiz é o próprio homem."
Karl Marx

"A troca do trabalho vivo pelo trabalho objetivado, quer dizer, a manifestação do trabalho social sob a forma antagônica do capital e do trabalho, é o último desenvolvimento da relação do valor e da produção baseada no valor."
"A luta incessante do capital rumo a forma geral da riqueza, leva o trabalho para além dos limites de sua mesquinhez natural e, assim, cria os elementos materiais para o desenvolvimento de uma individualidade rica, multifacetada, tanto em termos de produção quanto de consumo."
"Tão logo o trabalho, na forma direta, deixa de ser a fonte básica da riqueza, o tempo de trabalho deixa de ser a sua medida e, consequentemente, o valor de troca (deve deixar de ser a medida) do valor de uso. A mais-valia da massa não é mais a condição para o desenvolvimento da riqueza geral, assim, como o não-trabalho de uns poucos, para o desenvolvimento dos poderes gerais da mente humana. Com isso sucumbe a produção baseada em valores de troca e o processo direto, material de produção é arrancado das formas de penúria e da antítese."
"A produção produz, portanto, não apenas um objeto para o sujeito, mas também um sujeito para o objeto."
Karl Marx, nos Grundrisse, "Elementos fundamentales para la crítica de la economia política"

"Primeiro, teria que escrevê-las."
Karl Marx, ao ser interrogado, três anos antes de sua morte, acerca da publicação de suas obras completas.

"Assim como não se julga um indivíduo pela idéia que faz de si próprio, não se poderá julgar tal época de transformação pela sua consciência de si."
Karl Marx, no prefácio da "Contribuição para a Crítica da Economia Política."

"Não há entrada já aberta para a ciência e só aqueles que não temem a fadiga de galgar suas escarpas abruptas é que têm a chance de chegar aos seus cimos luminosos."
Karl Marx, no prefácio da edição francesa de "O capital", L. I, vol. I, Editora Nova Cultural, 1985.
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"O primeiro mérito de uma teoria crítica exata é fazer parecerem ridículas, de imediato, todas as demais."
Guy Debord, prefácio à 4ª Edição italiana de "A Sociedade do Espetáculo", Editora Contraponto, 1997, Tradução de Estela dos Santos Abreu.


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"O único pensamento que sobrevive é aquele que se mantém na temperatura da sua destruição."
Dostoievski 
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"A atitude contemplativa e afirmativa da qual Hegel faz desenvolver a realidade a partir do conceito de SER, é totalmente alheia à descrição marxiana (do valor). Em Marx, o valor não pode conter a realidade, mas a subordina a sua própria forma e a destrói, destruindo, no ato, a si mesmo. A crítica marxiana do valor não aceita o valor como um dado positivo, nem o defende, mas decifra a sua existência auto-suficiente como aparência. A realização em grande escala da mediação da forma mercadoria não leva ao triunfo definitivo desta e sim coincide com a sua crise."
Ernest Lohoff, citado por Anselm Jappe, na apresentação do livro de Robert Kurz, "Os Últimos Combates", Editora Vozes.
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"O conceito central do Marx esotérico, que representa essa tematização crítica, e com isso a despedida emancipatória da modernidade, é o conceito de "fetichismo". Com isso, Marx mostra que a aparente racionalidade da modernidade capitalista de certo modo só apresenta a racionalidade interior de um sistema absurdo objetivado: uma espécie de crença secularizada em coisas, a qual se manifesta nas abstrações tornadas palpáveis do sistema de produção de mercadorias, de suas crises, absurdezas e resultados destrutivos para o ser humano e para a natureza. Na autonomização da chamada economia, e na fetichização de trabalho, valor e dinheiro, opõe-se, aos seres humanos, a sua própria sociabilidade, enquanto poder alheio e externo."
Robert Kurz, em "As leituras de Marx no século XXI".
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"A teoria do fetichismo é, per se, a base de todo o sistema econômico de Marx, particularmente de sua teoria do valor."
Isaac Rubim, em "A teoria marxista do valor".
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"Para o Grupo Krisis, o capital e o trabalho não são realidades opostas: o trabalho é uma atividade específica do capitalismo, encontra-se no centro de um sistema que se auto-reproduz até ao infinito e transforma os homens no "recurso humano" da sua auto-reprodução ilimitada. Não se trata, pois, de libertar o trabalho, mas de nos libertarmos do trabalho."
Referência sobre o "Manifesto Contra o Trabalho", do Grupo Krisis, Antígona.

Um comentário:

Délio Rosado disse...

Meu querido irmão!!!! Agora sim,você vai poder divulgar o seu trabalho com grande penetração, utilizando este grande instrumento que é a internet. Um grande abraço e estou torcendo para o seu sucesso

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