Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A guerra pelo dinheiro

Qual o ponto de unidade entre o sofrimento dos trabalhadores urbanos que não conseguem se deslocar ou chegar ao trabalho no horário marcado em razão da greve dos trabalhadores nas empresas de ônibus com a morte dos passageiros do avião da Malaysia Airlines que morreram vítimas de um míssil disparado pelos separatistas ucranianos apoiados pela Rússia? O dinheiro. O sindicato grevista pugna por melhores salários (dinheiro) para os seus sindicalizados, e os separatistas ucranianos avaliam que é melhor integrarem o país russo por questões econômicas (dinheiro), antes de qualquer outra motivação de natureza étnica.



Qual o ponto de unidade na guerra entre os palestinos e judeus? O dinheiro. Os palestinos não admitem a existência de Israel em território que afirmam ser palestino e isso envolve questões de poder territorial que se traduz em última instância em relações de natureza econômica (dinheiro). O antagonismo religioso entre o islamismo e o judaísmo serve apenas como pano de fundo justificador do amesquinhamento econômico (dinheiro) de ambos os lados.

Qual o ponto de unidade entre a morte de pessoas inocentes, vítimas de latrocínios pelos assaltantes; a morte dos assaltantes pela polícia; e da morte de policiais pelos assaltantes? O dinheiro. Os assaltantes, geralmente pessoas advindas da chamada geração “nem e nem”, que nem estuda e nem trabalha pelos mais variados motivos, são gestados no ventre da insuperável necessidade individual de se ganhar cada vez mais dinheiro para os mais variados objetivos (do consumo de bens necessários até as drogas). Os policiais, por seu turno, matam os assaltantes (ou são mortos por eles) que o Estado não mantém preso por absoluta incapacidade financeira de aprisioná-los (um preso é mais caro do que um professor).

A lista de situações de crise e de caos social e da relação entre elas e a obtenção cada vez mais difícil da “produção e ganho do dinheiro” seria interminável. O dinheiro se tornou uma forma de relação social anacrônica, e as pessoas sequer entendem a razão de ser do seu progressivo colapso. Assim, se quisermos acabar com o estado de beligerância no interior dos países e destes nas suas relações internacionais teremos que superar a forma-valor como modo de relação social, mesmo que as pessoas em geral considerem tal proposição tão impossível como seria revogar a lei da gravidade.

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