Considerações sobre o conceito do blog

O objeto primeiro deste blogue é conceituar a natureza da crise econômica, política e social em curso, através da análise do conteúdo intrínseco da negatividade da forma valor, relação social abstrata que se estabelece e se reproduz através da mercadoria e do dinheiro (mercadoria especial e equivalente geral), suas expressões materializadas, bem como a necessidade inadiável de sua superação como instrumento de emancipação humana e contenção dos crimes ecológicos contra a humanidade e o planeta Terra.

Recomendamos a leitura do artigo "Nascimento, vida e morte da forma valor" como forma
de entendimento do conceito do blogue.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A disputa pela (e na) Ucrânia

As guerras internacionais e civis derivam das disputas pela hegemonia política e econômica entre países, e nos países, e têm sido a tônica do desenvolvimento do capitalismo cujos sintomas mais expressivos começaram a se fazer sentir a partir do século XVI d. C. Elas vêm desde o descobrimento das Américas na dominação Bretanha no norte; espanhola no centro e na sul-américa; e portuguesa no leste-sul do continente.

Na África dominaram os franceses e portugueses, e no sul do continente os holandeses e ingleses guerrearam pelo ouro (guerras dos bôeres); na Ásia os ingleses dominaram a Índia; e na Oceania foram os ingleses que subjugaram os aborígenes. A história do desenvolvimento capitalista é a história da expansão de mercado que necessita cada vez mais de consumidores para a autofagia da dominação social segregacionista como necessidade de alimentação do movimento tautológico da sua reprodução vazia de sentido humano.

Agora, quando não há mais colônias a serem descobertas e exploradas e se evidencia a incapacidade de expansão do mercado por vários fatores inerentes às inconciliáveis contradições do sistema produtor de mercadorias, e se prenuncia a inviabilidade da sua forma como instrumento minimamente viável de mediação social, são blocos econômicos os que brigam pela influência de mercado como abutres na disputa de um parco resíduo de alimento.

É o que está acontecendo na Ucrânia, região onde se disputa qual o bloco econômico (ocidental ou do leste europeu) que manterá com ela relações preferenciais de mercado para os desejados e pretensamente salvadores lucros de um modo de ser social em exaustão mundial. É como diz o ditado: “em casa que falta pão todos brigam e ninguém tem razão”.

A questão ucraniana não é de natureza étnica, apenas; não é uma questão de disputa política interna, apenas; não é uma questão de combate à tradicional e mundial corrupção política, apenas; não é uma questão de fronteiras geográficas, apenas, que são fatores que funcionam como pano de fundo da ebulição social existente; mas é, sobretudo, uma deplorável disputa econômica, fator que tem sido o móvel das guerras mundiais e regionais dos últimos cem anos (desde 1914, com a primeira guerra mundial), e que são os mais sangrentos da história da humanidade. Isso é o capitalismo; isso é o que explica a explosiva situação da Ucrânia.

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